(UOL/FOLHAPRESS) – Na entrevista depois da estreia, Tite elogiou os jogadores -titulares e reservas-, membros da comissão do clube, o departamento médico e a assimilação do trabalho na primeira semana de Flamengo. Se o antecessor Jorge Sampaoli repetia que o elenco não conseguia colocar em prática suas ideias, o atual comandante rubro-negro divide méritos e cria um clima que andava perdido no clube.
CAOS PARA TRÁS
A primeira semana de Tite teve muitas conversas para entender a estrutura do Flamengo, se inteirar dos processos e começar a projetar como será o trabalho daqui para frente.
“Entrar em um trabalho e procurar as informações corretas, trabalhar dentro do Ninho, iniciar com uma relação de confiança humana que precisa ser feita. Olho para o Fabinho (gerente de futebol) e agradeço porque as informações que eles trouxeram foram fundamentais para a carga de trabalho. Para que o atleta tivesse inteiro para o jogo física e mentalmente. É difícil isso”, disse Tite.
Se o ambiente era frio e distante com Sampaoli, o novo treinador tende a revolucionar neste ponto. Antes, nem os funcionários do dia a dia do Ninho falavam diretamente com o argentino. Tudo passava por Gabriel Andreata, braço direito do treinador.
A falta de comunicação minou o trabalho do argentino, que, apesar de manter o respeito, não conseguia nem ter boa relação com os atletas.
No caso de Tite, o lado humano é parte fundamental do trabalho, fato que pesou na escolha do Flamengo pelo treinador. A gestão de pessoas é uma das principais características do trabalho e ele deixa evidente que unir todos em torno de uma causa é uma missão.
O treinador mantém o discurso sobre adaptar o trabalho ao que é o Flamengo. Para isso, conversou com jogadores, entendeu as características e divide méritos em vez de trazer para si os holofotes.
“É o Flamengo do Flamengo. É termos a capacidade de preservar aquilo que historicamente é o Flamengo. E daquilo que os atletas tem como característica. Um técnico não pode ser supervalorizado. Quem tem que ser valorizado é o trabalho como um todo e nós enquanto comissão técnica de ajustarmos peças e termos capacidade de potencializar eles”, disse Tite.
MAIS DIÁLOGO
Tite conversou bastante com os jogadores durante a partida no Mineirão. Na reta final de Sampaoli, era comum ver contatos praticamente inexistentes até nas paradas técnicas. Até Filipe Luís participou dos diálogos sobre posicionamentos.
Com um início difícil, o treinador ajeitou o time no papo, o que fez com que o Fla abrisse o placar no fim do primeiro tempo. “Fomos nos ajustando e ditando o ritmo. É a característica do Flamengo, que gosta de ter a bola e eu também”.
Com nomes como Arrascaeta e Gabigol no banco, o técnico exaltou os reservas. Um dos desafios, além de aumentar a motivação, é fazer com que os jogadores do banco também mostrem confiança: “Entrar em jogos assim é muito difícil e os quatro que entraram foram verdadeiramente no ritmo do jogo. Precisar de todos e todos darem a parcela de contribuição me deixou feliz”.
Vítor Pereira e Jorge Sampaoli reclamavam constantemente das lesões, mas Tite preferiu dividir a responsabilidade. Para ele, quando um atleta se machuca, “o problema é do técnico e do preparador porque não quantificou carga o suficiente para que tivesse um bom desempenho”. Ele também elogiou o departamento médico rubro-negro ao falar sobre perder David Luiz e Bruno Henrique.
Era muito mais fácil iniciar o campeonato e eu tinha essa noção. Vai exigir mais de nós essa possibilidade de evoluirmos como trabalho. Nisso estão inseridos os atletas, o aprendizado. Antes eu conhecia só na frente do palco, agora conheço o bastidor. Aos poucos nos entrosando e gerando confiança nas relações Tite.
Leia Também: Ronaldo apela por apoio da torcida: ‘Mineirão tem sido um peso grande aos atletas’
Mais histórias
Dudu diz que Galiotte foi ‘melhor presidente’ do Palmeiras: ‘Respeitou torcedores e jogadores’
Renato Gaúcho intimida imprensa e ameaça não dar mais entrevistas: ‘Não tenho medo de ninguém’
Palmeiras precisa de reviravolta incrível para não ter pior ano da ‘era Abel Ferreira’