SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de mortos após as chuvas que devastaram cidades no Rio Grande do Sul cresceu para 42 neste sábado (9), segundo boletim divulgado pela Defesa Civil estadual. Com a morte registrada em Santa Catarina, são 43 óbitos na tragédia no Sul do país.
Ao todo, são 46 pessoas desaparecidas no Rio Grande do Sul, sendo 30 na cidade de Muçum, 8 em Lajeado e 8 em Arroio do Meio.
No Rio Grande do Sul, são 88 municípios com registros de destruição causada pelas chuvas que deixaram 3.193 pessoas desabrigadas (dependem de abrigos públicos) e 8.282 desalojadas (podem se acomodar na casa de parentes e amigos).
O número de feridos também cresceu para 224 pessoas no boletim divulgado neste sábado. Antes, eram 73 pessoas com ferimentos decorrentes das enxurradas e enchentes.
Ao todo, o governo gaúcho estima em 150,3 mil o total de afetados pelos temporais em todo o estado, cenário quem impôs ao governo uma força-tarefa com cerca de 900 servidores que atuam nas buscas, resgates, identificação de corpos e reparos na infraestrutura destruída pela força das águas.
Na sexta (8), o governo federal anunciou o repasse de R$ 800 por cada desabrigado -que serão repassados às prefeituras- e o envio de 20 mil cestas básicas para atender as famílias atingidas. Na quinta-feira (7), a gestão Lula já havia reconhecido o estado de calamidade pública solicitado pelos municípios gaúchos atingidos pelos temporais.
Muçum, no vale do Taquari, foi a cidade mais devastada pela enxurrada. Lá, foram encontrados 15 corpos até esta sexta-feira. A cidade vizinha de Roca Sales teve 10 mortes.
Os corpos das vítimas estão sendo reconhecidos pela Instituto Geral de Perícias em Porto Alegre e cidades do interior. A liberação para os velórios depende de uma normalização mínima na rotina das cidades afetadas, que chegaram a ter mais de 80% de sua área urbana submersa.
Neste sábado (9), está previsto um velório com dez vítimas das chuvas na cidade de Muçum a ser realizado na cidade vizinha de Vespasiano Corrêa.
Em reunião com prefeitos das cidades afetadas nesta sexta, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em financiamento para as vítimas das chuvas por meio do banco estatal Banrisul. Deste total, cerca de R$ 300 milhões serão destinados ao setor agrícola, que segundo o governador foi um dos mais prejudicados pelas enchentes. Outros R$ 500 milhões serão destinados a empréstimos para prefeituras e R$ 100 milhões serão voltados para o financiamento imobiliário.
Na quinta-feira, o governador foi até o município de Muçum e anunciou a liberação de R$ 1,5 milhão em horas-máquina para auxiliar no trabalho de reconstrução, tanto em Muçum quanto em Roca Sales, cidades mais atingidas pelas enxurradas.
A Defesa Civil Estadual pede que as doações se concentrem em colchões, produtos de higiene pessoal e itens para limpeza dos locais afetados pela enchente.
As fortes chuvas ainda mantêm oito bloqueios totais ou parciais de rodovias neste sábado. Duas pontes foram destruídas pelas chuvas. O governo informou que trabalha para desobstruir as rodovias “o mais rápido possível” para que os artigos de primeira necessidade possam chegar às cidades atingidas pelas chuvas.
Em boletim meteorológico divulgado nesta sexta-feira (8), a Defesa Civil informou que o estado segue com risco de chuva forte, eventual queda de granizo e rajadas de vento nas regiões Noroeste, Nordeste, Centro, Sul e da Campanha. Nas demais áreas do Estado, ocorre chuva fraca a moderada.
Neste sábado, a previsão é de chuva moderada a forte em áreas da metade Sul, com chance de temporais pontuais na Campanha gaúcha. No domingo (10), as instabilidades devem retornar sobre a metade Norte do estado, mas com chuvas fracas ou moderadas.
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