SÉRGIO RIZZO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu, aos 86 anos, Bobby Charlton, campeão do mundo em 1966. A morte foi informada neste sábado (21) pela família do inglês, um dos grandes nomes da história do futebol de seu país. E lamentada pelo Manchester United, clube que defendeu entre as décadas de 1950 e 1970.
“Sir Bobby foi um herói para milhões de pessoas, não apenas em Manchester ou no Reino Unido, mas em todos os lugares onde o futebol é jogado, em todo o mundo”, publicou a agremiação, cuja trajetória é marcada pelo homem de Ashington, que sobreviveu a uma queda de avião para ajudar a construí-la.
Em 6 de fevereiro de 1958, ocorreu em Munique um acidente aéreo marcante para a agremiação vermelha e para o esporte. Morreram oito jogadores e três integrantes da comissão técnica da principal equipe da Inglaterra, então bicampeã nacional.
A lista de sobreviventes, no entanto, preservou dois nomes que viriam a se inscrever entre as maiores lendas do clube: o treinador Matt Busby (1909-1994), que acumularia 1.141 jogos no banco do United, e o meio-campista ofensivo Bobby Charlton, de 20 anos, que vestiria a camisa do clube em 758 partidas.
Charlton se consagraria como um dos maiores heróis do futebol britânico, campeão mundial na única conquista inglesa, em 1966. Ele integrou também as seleções que disputaram as Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970.
Nas duas últimas, enfrentou o Brasil –derrotas para os futuros campeões mundiais por 3 a 1 e 1 a 0. A queda para a Alemanha Ocidental nas quartas de final de 1970, por 3 a 2, marcou a sua despedida da seleção, aos 32 anos, com 106 partidas disputadas e 49 gols.
Robert Charlton nasceu em 11 de outubro de 1937, em Ashington, pequena cidade na região nordeste da Inglaterra onde, dois anos antes, nascera seu irmão John (apelidado Jack), que viria a ser um dos maiores ídolos do Leeds United (único clube de toda a sua carreira como jogador) e colega de Bobby na seleção inglesa, inclusive no título de 1966.
Ambos se tornariam os mais ilustres representantes de uma família com raízes nos campos: nada menos do que quatro tios maternos, além de um primo, todos de sobrenome Milburn, foram jogadores profissionais.
O primeiro contrato de Bobby foi assinado com o Manchester United aos 15 anos de idade, em 1953. No ano seguinte, tornou-se profissional em uma equipe que seria conhecida como os “Busby Babes”, em referência aos jovens talentos recrutados por Matt Busby em seu projeto de reconstrução do United após a Segunda Guerra Mundial.
A primeira partida oficial de Bobby entre os profissionais foi em outubro de 1956, contra o Charlton Athletic. Naquele momento, ele prestava serviço militar, mas era dispensado nos fins de semana e podia jogar. O United foi campeão inglês naquela temporada.
O ponto alto de sua trajetória na equipe foi o título europeu de 1968. Capitão, foi Bobby quem levantou o troféu depois dos 4 a 1 sobre o Benfica, em Wembley.
Ele defendeu a camisa do clube até 28 de abril de 1973, quando se despediu em uma derrota para o Chelsea, em Londres. Depois, jogaria pelo Preston North End (acumulando a função de treinador) e pelo Waterford United, onde se aposentou em 1976.
Sua também brilhante passagem pela seleção inglesa teve início apenas dois meses depois do acidente de Munique, em uma partida contra a Escócia. Na final da Copa de 1966, no entanto, teve funções defensivas: coube a ele marcar o alemão Franz Beckenbauer, e os craques se anularam.
Em 1969, foi condecorado pela rainha e obteve o título de Sir. Aposentado do futebol, passou a se dedicar a diversas atividades empresariais e assistenciais, mas se manteve, como autêntica lenda viva, no conselho deliberativo do Manchester United.
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