SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O frágil cessar-fogo entre Hezbollah e Israel segue incapaz de evitar vítimas no Líbano, de acordo com um comunicado do Ministério da Saúde em Beirute. Segundo a pasta, quatro pessoas ficaram feridas após dois ataques de Tel Aviv neste sábado (30).
O primeiro, na aldeia de Majdal Zoun, no sul do país, atingiu um carro e deixou três feridos, incluindo uma criança de sete anos, dizem as autoridades libanesas. O segundo, mais tarde, deixou mais um ferido em Al Bisariya, perto da cidade de Sidon, de acordo com o ministério.
O Estado judeu afirmou ter atacado uma instalação do Hezbollah em Sidon que abrigava lançadores de foguetes do grupo armado e acrescentou que atingiu um veículo no sul do Líbano carregado com equipamento militar.
O acordo diplomático que, desde quarta-feira (27), tenta interromper mais de um ano de combates na fronteira entre Israel e Líbano determina que as forças de Tel Aviv mantenham suas posições no país vizinho por até 60 dias -período no qual o Exército e as forças de segurança de Beirute devem retomar o controle do sul da nação, atualmente dominado pelo Hezbollah.
A milícia, por sua vez, deve recuar cerca de 30 quilômetros da fronteira e desmantelar sua infraestrutura militar na região. A condição é uma tentativa de garantir a segurança no norte de Israel, de onde cerca de 60 mil pessoas se deslocaram devido aos confrontos e para onde ainda não retornaram, mesmo com o anúncio da trégua.
Acusações mútuas de violação do acordo demoraram apenas um dia para emergir. Segundo Tel Aviv, a trégua foi desrespeitada quando combatentes retornaram ao sul. Para a milícia, Israel está atacando os milhões de deslocados que retornam às suas casas.
Após o anúncio da trégua, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou Israel e Hamas a aproveitarem a oportunidade para firmar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, devastada após mais de um ano de bombardeios israelenses. A declaração, no entanto, parece não ter surtido efeito.
Da noite de sexta (29) até este sábado, no momento em que líderes do Hamas eram esperados no Cairo para conversas sobre cessar-fogo com autoridades egípcias, 32 palestinos foram mortos em ataques israelenses em toda a região, segundo autoridades médicas locais.
Segundo os médicos, nove pessoas morreram após um ataque aéreo israelense em Khan Younis, no sul de Gaza. Moradores e uma fonte do Hamas disseram à agência de notícias Reuters que a ofensiva atingiu um veículo perto de uma multidão recebendo farinha. O carro era usado por funcionários de segurança encarregados de supervisionar a entrega de ajuda no território, de acordo com as fontes.
Mais cedo, também neste sábado, a Wafa, agência oficial de notícias palestina, afirmou que três funcionários da World Central Kitchen, uma agência humanitária não governamental americana, foram mortos quando um veículo civil foi atingido na cidade.
Seria o segundo ataque contra essa organização desde o início da guerra. Em abril, Israel matou sete pessoas que trabalhavam na entidade após bombardear um carro identificado com o logo da ONG. O caso foi amplamente criticado pela comunidade internacional.
Desta vez, Tel Aviv disse ter matado um palestino acusado de envolvimento no ataque do Hamas que desencadeou o atual conflito, em 7 de outubro do ano passado, e afirmou que estava investigando suspeitas de que o indivíduo era um funcionário da ONG. A World Central Kitchen ainda não comentou o incidente.
A campanha militar de Israel em Gaza matou mais de 44 mil pessoas e deslocou quase toda a população da região pelo menos uma vez, dizem autoridades do território palestino. Segundo relatório do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), pelo menos 337 trabalhadores humanitários foram mortos em Gaza desde o início da guerra.
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