Depois de seis paralisações por queda de energia elétrica, o jogo entre Botafogo e Athletico-PR, válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, e disputado neste sábado à noite no estádio Engenhão, no Rio, foi interrompido aos cinco minutos do segundo tempo quando o placar apontava 1 a 1. Julio Avellar, diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou que, após entrar em acordo com os clubes, o complemento da partida será neste domingo, às 15 horas, com portões fechados.
Às 23h55, a CBF se manifestou oficialmente com seu diretor, confirmando a continuidade do jogo para este domingo, a partir das 15 horas, para a complementação do tempo restante – um total de 39 minutos regulamentares. Os portões estarão fechados por uma questão “extraordinária” de segurança pública, porque à tarde acontece no Maracanã o clássico entre Flamengo e Vasco.
Por conta desta medida, ficou cancelado o jogo entre Fortaleza e Botafogo que seria realizado na próxima terça-feira, na Arena Castelão, na capital do Ceará. Acaba, inclusive, beneficiando o clube cearense que já tinha solicitado a transferência para outra data, tendo em vista que no próximo sábado vai decidir o título da Copa Sul-Americana diante do LDU, do Equador. A final vai acontecer na cidade de Maldonado, no Uruguai.
O trio de arbitragem, comandado pelo paulista Matheus Delgado Candançan, cumpriu o regulamento e esperou 30 minutos e depois mais 30. Neste período os jogadores permaneceram nos vestiários, enquanto os dirigentes tentavam um acordo.
A Light, empresa permissionária dos serviços de energia elétrica no Rio de Janeiro, foi acionada e depois da inspeção constatou que houve uma falha no sistema do próprio estádio, dentro do Engenhão. O comunicado oficial foi bastante claro: “Nossas equipes estiveram no Estádio Olímpico Nilton Santos, e no local, confirmaram defeito interno de responsabilidade do estádio. As duas linhas da Light estão íntegras e disponíveis”.
Os geradores do estádio não conseguiram segurar a carga de energia nos refletores e nas demais áreas. A especulação é de que o defeito no sistema poderia ter sido comprometido por alguma ação dos preparativos para um show marcado para o próximo sábado, dia 28 de outubro, do cantor pop Rogers Waters.
A inflamada torcida botafoguense mantinha a esperança de uma solução. Quando as luzes se apagaram de vez, os torcedores acenderam os seus celulares e seguiram com seus gritos de guerra, na esperança do reinício do confronto.
Apesar da bonita festa da torcida antes do jogo e na entrada dos times em campo, com drones e mosaicos, o jogo logo ficou comprometido pelas frequentes paralisações por questões de energia. O VAR – Árbitro de Vídeo – não funcionou desde a primeira queda de energia, aos cinco minutos. Os dois gols geraram dúvidas, mas não puderam ser revistos.
Aos 21 minutos, Tiquinho Soares marcou de cabeça, após escanteio cobrado por Marçal. Mas os jogadores do Athletico reclamaram muito de um empurrão do atacante nas costas do zagueiro Thiago Heleno. O empate do time paranaense aconteceu aos 40 minutos, num cruzamento rasteiro de Cuello e que foi completado na segunda trave por Pablo, que sozinho, mandou às redes. Mas sua posição também gerou dúvidas. Ele parecia impedido.
Após as paralisações, o árbitro voltou a campo às 23h40, comunicando os dois capitães – Marçal, do Botafogo, e Thiago Heleno, do Athletico – de que o engenheiro responsável pelo sistema de iluminação do estádio não garantia a iluminação em 100% de condições, portanto, confirmava o cancelamento do jogo. Nesta altura, os torcedores já estavam deixando o estádio. O público total foi de 36.908, com renda de R$ 1.292.630,00. Botafoguenses a athleticanos não poderão ajudar seus times no complemento da partida.
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