SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No início deste ano, o Ministério da Saúde adotou uma nova estratégia de campanha de vacinação. A pasta estabeleceu que a vacina contra a Covid será aplicada apenas em crianças maiores de 6 meses e abaixo de 5 anos, em idosos com mais de 60 anos e em alguns outros grupos prioritários, como gestantes, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, indígenas, quilombolas e profissionais de saúde.
A restrição de imunização para grupos prioritários é a mesma adotada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com exceção para a inclusão de crianças que, para a entidade, não são prioritárias.
Adultos com menos de 60 anos e que não se encaixem nos grupos prioritários só poderão tomar o imunizante caso não tenham sido vacinados anteriormente ou se tenham recebido apenas uma dose –para completar o esquema primário de vacinação, composto por duas doses com intervalo de 4 semanas.
Segundo o ministério, a Covid é uma importante causa de infecção respiratória grave e morte em crianças com menos de 5 anos. Em 2023, até novembro, foram registrados 5.310 casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por Covid e 135 óbitos nessa faixa etária. As menores de um ano de idade apresentaram maior incidência e mortalidade de Srag pela doença.
Para as crianças, a recomendação é aplicar a primeira dose da vacina aos seis meses de idade, a segunda dose aos sete meses e a terceira dose aos nove meses.
Nos grupos prioritários, o intervalo entre as doses será de seis meses para indivíduos com 60 anos ou mais, pessoas imunocomprometidas, gestantes e puérperas.
Para os demais públicos prioritários, o intervalo será anual: pessoas que vivem ou trabalham em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais, funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e população em situação de rua.
A seguir, tire suas dúvidas sobre a vacinação contra a Covid em 2024.
VACINAÇÃO DA COVID EM CRIANÇAS
Qual vacina será utilizada nas crianças?
De acordo com o Ministério da Saúde, será a Pfizer pediátrica de tampa vinho. De 5 a 11 anos, será a Pfizer de tampa laranja, que é indicada para essa faixa etária. A partir de 12 anos, será a vacina Pfizer bivalente (tampa cinza).
A vacina pode ser aplicada junto às demais do calendário infantil?
Sim. Pode ser aplicada junto às demais vacinas do calendário, simultâneas ou com qualquer intervalo. Se estiver com alguma doença febril aguda, adie a vacinação. “Se houve reação alérgica à primeira dose, deve tomar cuidado com a segunda e as próximas doses”, alerta o especialista.
Crianças de seis meses a menores de cinco anos não vacinadas ou com doses em atraso poderão se vacinar?
Sim. A recomendação é aplicar a primeira dose da vacina aos seis meses de idade, a segunda dose aos sete meses e terceira dose aos nove meses.
Mas todas as crianças de seis meses a menores de cinco anos não vacinadas deverão completar o esquema de três doses, seguindo o intervalo recomendado de quatro semanas entre a primeira e a segunda doses e oito semanas entre a segunda e a terceira doses.
Crianças já imunizadas deverão tomar novamente a vacina?
Não. Aquelas que já receberam três doses contra a Covid não precisam se vacinar neste momento.
Crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, com esquema completo (neste caso, três doses), necessitam receber doses adicionais em 2024?
Não. O esquema vacinal para esse público é considerado completo com o recebimento de três doses da vacina Covid.
VACINAÇÃO DA COVID EM ADULTOS
Qual vacina será utilizada no grupo prioritário?
A Pfizer bivalente (tampa cinza). Segundo o Ministério, antes mesmo da aprovação pela Anvisa -no dia 19 de dezembro- do registro da vacina monovalente atualizada para a variante XBB. 1.5, a pasta já havia iniciado o processo de aquisição para 2024, com a previsão de fornecimento das versões mais atualizadas dos imunizantes contra a Covid.
O órgão esclarece que as vacinas atualmente em uso pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) continuam a oferecer proteção contra as formas graves da doença. Os grupos aptos a recebê-las não devem adiar a vacinação.
À medida que ocorram aprovações regulatórias de novas vacinas, as recomendações e os esquemas poderão ser atualizados.
Quem não se encaixa no grupo prioritário poderá tomar a vacina contra a Covid?
Vai depender da disponibilidade de doses. Aqueles que não pertencem ao público-alvo, mas não foram vacinados contra a Covid ou não completaram o esquema primário -duas doses com intervalo mínimo de quatro semanas- poderão procurar o posto de saúde para imunização.
As vacinas são seguras?
Sim, elas possuem autorização de uso pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), após terem demonstrado eficácia e segurança favoráveis em estudos clínicos de fase 3 amplos.
Os imunizantes passam por um rígido processo de avaliação de qualidade antes de serem distribuídos. A avaliação é realizada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, instituição responsável pela análise dos imunobiológicos adquiridos pelo SUS.
Estou com Covid ou tive infecção recentemente. Devo esperar para tomar?
Sim. O mesmo vale para outras infecções respiratórias, mesmo que não seja a Covid. Nesse caso, existem três cenários:
Covid leve ou assintomática: tomar a vacina a partir de quatro semanas do início dos sintomas ou do diagnóstico.
Covid grave: tomar a vacina a partir de três meses do início dos sintomas ou do diagnóstico.
Outras infecções: tomar a vacina a partir da melhora do quadro de saúde.
Para aqueles que tiveram exposição recente ao vírus, como ter encontrado alguém com confirmação da infecção, também se recomenda esperar para ter certeza de que não foi infectado e, então, tomar o imunizante. Caso tenham se infectado, considerar as recomendações indicadas para quem teve confirmação da doença.
Há outras contraindicações?
Não é recomendado tomar a vacina bivalente caso você tenha alergia grave a algum dos componentes do fármaco.
Quais os efeitos colaterais da bivalente?
Os efeitos mais comuns são dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo (mialgia), febre e calafrios.
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