(UOL/FOLHAPRESS) – Quando chegar nesta segunda-feira (13) à Granja Comary, com os demais jogadores convocados, o técnico Fernando Diniz pisará pela primeira vez no CT da seleção brasileira na condição de professor. A passagem anterior fora como aluno da CBF Academy, que lhe garantiu a certificação para trabalhar no mercado nacional.
Agora, Diniz tem um novo status: ser o mentor do processo de reconstrução da seleção, com ideias próprias muito características e tendo consigo uma garotada promissora querendo mostrar serviço. É preciso reagir nas Eliminatórias, contra Colômbia e Argentina.
Na condição de teórico, Diniz e seu estafe desde o início do ano passado discutem o registro em um livro os conceitos do jogo “aposicional”. Mas o UOL apurou que a ideia ainda não passou da fase embrionária.
O QUE ACONTECEU
Diniz esteve na Granja pela última vez em dezembro de 2021, concluindo a Licença Pro. Ele já havia feito também, em 2019, os módulos da Licença A, que habilita o treinador a trabalhar na Série A do Brasileirão.
Agora, ele volta respaldado pelo cargo – ainda que temporário – na seleção brasileira e pelo sucesso da filosofia de jogo implantada no Fluminense, recentemente campeão da Libertadores.
A sensação é parecida para os auxiliares Eduardo Barros e Wagner Bertelli, que foram alunos do mesmo curso e estão com Diniz no Flu e na seleção.
QUAL A TEORIA?
Diniz tem a chance de mostrar na prática o que pensa sobre o futebol, apesar de aplicar conceitos que, por vezes, se opõem ao que é difundido nas aulas da CBF Academy.
O técnico da seleção vai na contramão ao conceito de jogo posicional -preferido de grandes nomes, como Guardiola, Ancelotti e do antecessor, Tite.
Fernando Diniz não tem um teórico específico no qual buscou inspiração para o seu conceito de jogo. Mas ele trabalha com algumas bases formadas ao longo da vida como jogador, formado em psicologia e amante da bola.
Diniz curte a mescla entre o jogo de rua do Brasil, o trabalho focado nas relações humanas e aquilo que foi a seleção de 1982, de Telê Santana, embora não tenha sido campeã do mundo.
O atual técnico da seleção não é o primeiro adepto do jogo de mobilidade, longe disso. O próprio Telê fazia isso, assim como outros do quilate de Ênio Andrade. Mas Diniz insere situações do jogo moderno que dão um aspecto singular ao trabalho. Medalhões da seleção, como Casemiro e Danilo, reconheceram que nunca haviam atuado com um treinador que trouxesse essa proposta.
Não é que eu não pense no resultado, penso muito. Só não é a única coisa da vida. Me dedico a construir o resultado, não fico obcecado. Tenho coerência que me move, é a causa. O coração do meu trabalho é a causa, não o efeito.
Fernando Diniz
DEVER DE CASA
Nesta semana, Diniz precisa reorganizar a seleção brasileira, que vem tendo problemas ofensivos e defensivos. O Brasil perdeu para o Uruguai e empatou com a Venezuela na última data Fifa. Isso já tendo dificuldade para ganhar do Peru, por 1 a 0. O jogo contra a Bolívia, o primeiro do Dinizismo, foi uma goleada por 5 a 1.
Agora, a reorganização da seleção terá que ser sem Neymar, Casemiro e Danio, todos fora por lesão – de gravidades distintas.
O “caos” que Diniz gosta na construção do jogo passará, por exemplo, por um Rodrygo mais na função de articulador do que de ponta. Pelos lados, Raphinha e Vini Jr. No meio, por mais que tenha Ganso consigo no Fluminense, Diniz entende que pode fazer funcionar sem que haja um “ritmista” ou um 10 clássico.
Os jogos contra Colômbia e Argentina podem ser mais capítulos no livro de Diniz.
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